‘Congelar reajuste do salário mínimo é uma covardia’
Quase 50 milhões de aposentados, pensionistas e trabalhadores serão impactados negativamente com o congelamento do salário mínimo que o governo do presidente Jair Bolsonaro pretende fazer.
A equipe do ministro Paulo Guedes estuda retirar da Constituição a obrigatoriedade do valor do salário mínimo ser corrigido pela variação da inflação para evitar estourar o teto dos gastos públicos.
“Mais uma vez, o governo quer pôr na conta dos brasileiros que vivem com o mínimo, como o próprio já diz, a culpa pela crise pela qual o país está passando. Isso é uma covardia”, afirma Epitácio Luiz Epaminondas, o Luizão, presidente do SINTAPI-CUT.
Segundo o Dieese, recebem o mínimo 23 milhões aposentados e pensionistas do INSS, 12 milhões de empregados, 8,5 milhões de trabalhadores por conta própria e 3,7 milhões de empregados domésticos.
Além disso, para cada R$ 1,00 a menos no salário mínimo o governo deixaria de arrecadar R$ 0,54 em tributos.
“Essa medida é uma estupidez porque quem ganha o salário mínimo gasta tudo consumindo em alimentação, vestuário e transporte. Isto volta na forma de impostos que as empresas beneficiadas pagam e elas vão produzir mais e, portanto, dinamizam a economia”, diz Marilane Teixeira, professora de economia do trabalho da Unicamp e doutora em desenvolvimento econômico.