Aposentados protestam contra a reforma da Previdência
O presidente do Sintapi-CUT, Epitácio Luiz Epaminondas, o Luizão, participou da sessão especial em homenagem ao Dia do Aposentado, realizada no dia 13 de fevereiro. O evento ganhou caráter de protesto contra a proposta de reforma da Previdência, com tom de revolta contra as medidas previstas na PEC 287/2016. "Não podemos deixar que, mais uma vez, os trabalhadores sejam sacrificados", disse Luizão.
A proposta do governo Temer fixa idade mínima de 65 anos para a aposentadoria de homens e mulheres e eleva o tempo mínimo de contribuição de 15 anos para 25 anos. Para se aposentar com 100% do salário, será preciso contribuir por pelo menos 49 anos.
O senador Paulo Paim leu no início da sessão a Carta de Brasília, na qual entidades que representam trabalhadores dos setores público e privado condenam a reforma. Afirmam que o o sistema previdenciário tem superávit e que os trabalhadores não podem ser chamados a cobrir rombos fiscais que não causaram. Apoiando o teor do manifesto, Paim salientou que mais de R$ 456 bilhões já foram desviados da Previdência, por meio de desvinculações, renúncias fiscais, fraudes e sonegação. "Vocês são guardiões da democracia e da liberdade. Assim, se tudo isso é verdade, não votem essa reforma, porque ela é um crime", disse Paim (PT-RS).
O ex-presidente do INSS, Mauro Hauschild cobrou contrapartida do governo antes de qualquer alteração no direito dos trabalhadores. Ele lembrou, por exemplo, que milhares de pessoas morrem todos os anos no Brasil pela violência, por acidente de trânsito e acidentes de trabalho. E as contas dessas tragédias são pagas sempre pelo INSS. "Antes de mostrar a conta para o trabalhador e o aposentado, o governo tem que dar contrapartida, o que vai fazer antes. Vamos discutir reforma, mas quero saber o que o Estado brasileiro vai me entregar primeiro", cobrou.