Chilenos querem desprivatizar a Previdência Social
Em 1981, em plena ditadura militar no Chile, o governo Pinochet privatizou a Previdência Social. Segundo reportagem do GGN publicada no site Rede Brasil Atual, o sistema existente era parecido com o brasileiro, baseado na repartição e sustentado pelas contribuições de trabalhadores e empregadores, administrado pelo Estado.
Quem preferisse, poderia permanecer no sistema existente, como a maioria dos contribuintes fez, mas os recém ingressos no mercado de trabalho foram obrigados a aceitar o novo sistema privado, composto por fundos individuais reunidos em diferentes fundos de pensão, aos quais os trabalhadores aderiam e contribuíam com 10% de seus salários.
Esses fundos aplicavam as contribuições de acordo com as escolhas dos trabalhadores por investimentos de maior ou de menor risco. Quando cumprissem 65 anos, homens, e 60 anos, mulheres, poderiam começar a receber suas aposentadorias mensalmente, de acordo com o resultado das aplicações.
A consequência do engodo é que mais de 90% dos aposentados atuais recebem menos do que meio salário mínimo chileno, o equivalente a aproximadamente R$ 730. Diante disso, os protestos vêm se avolumando. Em julho de 2016, houve uma mobilização contra o sistema de aposentadoria que reuniu 750 mil pessoas em todo o país. Em agosto, a mobilização cresceu para 1,3 milhão de pessoas e, por último, no dia 26 de março de 2017, somente em Santiago reuniram-se 800 mil manifestantes e dois milhões em todo o país.