Expectativa de vida aumenta e impacta cálculo da aposentadoria
A expectativa de vida dos cidadãos brasileiros aumentou. Isso é muito bom, claro. Mas tem consequências para o cálculo da aposentadoria.
Um bebê que nasce hoje no Brasil terá tempo de acompanhar, quem sabe, o nascimento dos bisnetos. É que a expectativa de vida aumentou mais de 30 anos de 1940, quando o IBGEcomeçou a fazer esse cálculo, a 2016, e está perto dos 76 anos.
No Brasil, as mulheres (79,4 anos) vivem mais que os homens (72,2 anos). Santa Catarina é o estado com maior expectativa de vida do país: 79,1 anos. E o menor é o Maranhão: 70,6 anos.
O brasileiro está vivendo mais e isso tem impacto na nossa aposentadoria. A lógica é a seguinte: quanto mais tempo você tem para aproveitar, mais o dinheiro do benefício tem que durar.
Só que os anos de contribuição continuam os mesmos. Então, o que a Previdência faz é dividir o bolo em mais fatias, menores do que antes.
Os dados do IBGE sobre expectativa de vida entram no cálculo do fator previdenciário, que define o valor das aposentadorias.
De 2016 para cá, a expectativa de vida dos segurados do INSS aumentou, em média, 54 dias.
Na prática, a mudança fica assim: um homem de 55 anos, com 35 de contribuição, e renda mensal de R$ 3 mil se aposentaria pela tabela anterior com R$ 2.076. Agora, vai receber quase R$ 16 a menos por mês.
A nova tábua do IBGE só não muda a vida de quem vai se aposentar pela fórmula 85/95.
O Edgar escapou do cálculo novo: deu entrada na aposentadoria por tempo de contribuição há pouco mais de um mês e garantiu R$ 15 a mais no pagamento mensal.
“Eu tenho planos de viver até 100 anos. Põe isso aí por mês, eu tenho 55, então, põe 45 anos nessa brincadeira aí, R$ 15 por mês faz uma diferença”, diz o analista de RH Edgar Vicentin.
Mas para quem está completando agora o tempo para se aposentar, o consultor em previdência Newton Conde diz que contribuir por mais um pouquinho compensa.
“Para que ele não tenha perda, se ele pretendia se aposentar agora em dezembro, o ideal seria ficar mais dois, três meses contribuindo porque aí ele voltar a ter o benefício no mesmo nível que ele teria em novembro, por exemplo”, explicou.
Com informações do G1