Casal de idosos internado lado a lado recebe alta

Foram 10 dias internados, quase todo o tempo lado a lado, no Hospital Regional de Samambaia (HRSam). Ela, Sebastiana Coelho de Matos, 101 anos, devido a complicações do diabetes. Ele, Francisco Fernandes de Alencar, 102, por causa de problemas renais. No fim da manhã desta quinta-feira (26/4), o casal que conquistou os funcionários do hospital — e todo o Distrito Federal  — com sua história de amor recebeu alta e pôde finalmente voltar para casa.

A alta era esperada desde ontem pela família, mas a espera por resultados de exames adiou o momento. Como sempre, os dois aguardaram a decisão médica um ao lado do outro. Era perto do meio-dia quando a notícia e os papéis chegaram ao quarto 303, no 3º andar da enfermaria. "Está tudo bem, aqui está o papel da alta", gritou a neta. Aos pulos, a família celebrou o aviso de que já podiam ir para casa. Seu Francisco também comemorou: “Hoje eu estou feliz. Consegui a liberdade”.

Francisco não quis comer nada no hospital. Queria almoçar em casa, com a caçula, Ana Araújo, 56 anos, que preparava tudo para receber os pais. “Fiz o que eles mais gostam de comer para o almoço: costelinha de porco, a comida favorita do meu pai, e creme de abóbora, que é o que minha mãe ama”, contou a filha.

A história de amor dos aposentados, casados há 82 anos, chamou a atenção dos profissionais do hospital. Internado um dia depois da esposa, Francisco só queria saber de uma coisa: se a Bastiana dele estava bem. Quando percebeu que o melhor para os dois seria ficarem juntos, a direção do HRSam decidiu quebrar o protocolo e colocá-los no mesmo quarto. 

Com a repercussão da história, o quarto 303 se transformou no lugar mais badalado do prédio. Mesmo trabalhando no pronto-socorro, a técnica de enfermagem Sandra Pinheiro Brás, 40 anos, sempre dava um jeito de visitar o casal. "Fico pensando em quantas coisas pelas quais eles já passaram, mas superaram o tempo e as dificuldades e nunca desistiram um do outro", comentou a profissional, com um sorriso no rosto. 

Sandra estava de plantão no dia em que Francisco chegou e foi uma das funcionárias que, ainda no pronto-socorro, defendeu a internação conjunta. "Todo mundo teve um carinho muito grande com eles, porque não é qualquer um que tem uma história assim. Essa é uma história de amor de filme", brincou Sandra. 

Para a médica Andreeza Carvalho Figueiredo, 41 anos,  que atendeu os aposentados, o amor contribuiu para a recuperação mais rápida. “Nosso sistema imunológico está muito relacionado ao estado de espírito. Manter os dois perto um do outro, e o cuidado da família, com certeza contribui para longevidade do casal”, disse. 

Funcionária do HRSam há dez anos, ela também se sentiu inspirada pelos dois. "É uma história de amor, mas também de superação, por conseguir passar por todos esses anos, apesar das dificuldades." 

A médica garante que a vida de Francisco e Sebastiana pode voltar ao normal. Com os exames em dia, eles precisam apenas dos cuidados que a idade inspira. “Eles só precisam de cuidados com relação à alimentação, fazer os exames de controle e os cuidados gerais”, recomendou.

Tudo começou em 1930, quando, à procura de trabalho, o jovem Francisco chegou até a propriedade do pai de Sebastiana. Ela rica. Ele pobre. O que conquistou Sebastiana foram os olhos azuis de Francisco. Mas seu pai não concordava com o namoro. “Meu bisavô não aceitou. Dizia que minha avó tinha posses e ele, nada. Só que, com a ajuda da tia, eles planejaram uma fuga e se casaram”, conta orgulhosa Jane. 

No começo, não foi fácil. Passaram por muitas cidades no interior de Goiás, sempre trabalhando na lavoura e construíram uma família grande. Tiveram 12 filhos, 70 netos, 45 bisnetos, 8 tataranetos e ainda contam uma história de amor muito rara de ser encontrada. 

 Foram 10 dias internados, quase todo o tempo lado a lado, no Hospital Regional de Samambaia (HRSam). Ela, Sebastiana Coelho de Matos, 101 anos, devido a complicações do diabetes. Ele, Francisco Fernandes de Alencar, 102, por causa de problemas renais. No fim da manhã desta quinta-feira (26/4), o casal que conquistou os funcionários do hospital — e todo o Distrito Federal  — com sua história de amor recebeu alta e pôde finalmente voltar para casa.

A alta era esperada desde ontem pela família, mas a espera por resultados de exames adiou o momento. Como sempre, os dois aguardaram a decisão médica um ao lado do outro. Era perto do meio-dia quando a notícia e os papéis chegaram ao quarto 303, no 3º andar da enfermaria. "Está tudo bem, aqui está o papel da alta", gritou a neta. Aos pulos, a família celebrou o aviso de que já podiam ir para casa. Seu Francisco também comemorou: “Hoje eu estou feliz. Consegui a liberdade”.

Francisco não quis comer nada no hospital. Queria almoçar em casa, com a caçula, Ana Araújo, 56 anos, que preparava tudo para receber os pais. “Fiz o que eles mais gostam de comer para o almoço: costelinha de porco, a comida favorita do meu pai, e creme de abóbora, que é o que minha mãe ama”, contou a filha.

A história de amor dos aposentados, casados há 82 anos, chamou a atenção dos profissionais do hospital. Internado um dia depois da esposa, Francisco só queria saber de uma coisa: se a Bastiana dele estava bem. Quando percebeu que o melhor para os dois seria ficarem juntos, a direção do HRSam decidiu quebrar o protocolo e colocá-los no mesmo quarto. 

Com a repercussão da história, o quarto 303 se transformou no lugar mais badalado do prédio. Mesmo trabalhando no pronto-socorro, a técnica de enfermagem Sandra Pinheiro Brás, 40 anos, sempre dava um jeito de visitar o casal. "Fico pensando em quantas coisas pelas quais eles já passaram, mas superaram o tempo e as dificuldades e nunca desistiram um do outro", comentou a profissional, com um sorriso no rosto. 

Sandra estava de plantão no dia em que Francisco chegou e foi uma das funcionárias que, ainda no pronto-socorro, defendeu a internação conjunta. "Todo mundo teve um carinho muito grande com eles, porque não é qualquer um que tem uma história assim. Essa é uma história de amor de filme", brincou Sandra. 

Para a médica Andreeza Carvalho Figueiredo, 41 anos,  que atendeu os aposentados, o amor contribuiu para a recuperação mais rápida. “Nosso sistema imunológico está muito relacionado ao estado de espírito. Manter os dois perto um do outro, e o cuidado da família, com certeza contribui para longevidade do casal”, disse. 

Funcionária do HRSam há dez anos, ela também se sentiu inspirada pelos dois. "É uma história de amor, mas também de superação, por conseguir passar por todos esses anos, apesar das dificuldades." 

A médica garante que a vida de Francisco e Sebastiana pode voltar ao normal. Com os exames em dia, eles precisam apenas dos cuidados que a idade inspira. “Eles só precisam de cuidados com relação à alimentação, fazer os exames de controle e os cuidados gerais”, recomendou.

Tudo começou em 1930, quando, à procura de trabalho, o jovem Francisco chegou até a propriedade do pai de Sebastiana. Ela rica. Ele pobre. O que conquistou Sebastiana foram os olhos azuis de Francisco. Mas seu pai não concordava com o namoro. “Meu bisavô não aceitou. Dizia que minha avó tinha posses e ele, nada. Só que, com a ajuda da tia, eles planejaram uma fuga e se casaram”, conta orgulhosa Jane. 

No começo, não foi fácil. Passaram por muitas cidades no interior de Goiás, sempre trabalhando na lavoura e construíram uma família grande. Tiveram 12 filhos, 70 netos, 45 bisnetos, 8 tataranetos e ainda contam uma história de amor muito rara de ser encontrada. 

Do Correio Braziliense