Com facilidade para empréstimo, idosos veem inadimplência disparar

A inadimplência cresce mais entre os idosos, segundo pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Entre a população de 65 a 84 anos, a inadimplência subiu 9,56% em agosto na comparação com o mesmo mês de 2017. Foi o maior aumento entre todas as faixas etárias – a alta foi de apenas 1,69% entre os consumidores de 30 a 39 anos, por exemplo.

Vários fatores pesam no endividamento dos mais velhos. Um deles é a própria redução do rendimento, já que a maioria passa a depender exclusivamente da aposentadoria do INSS, quase sempre de apenas um salário mínimo. Mesmo ganhando pouco, muitos idosos passam a ser responsáveis pela renda da família, pois os outros membros foram afetados pelo desemprego. Para compensar, alguns pegam empréstimo consignado (com desconto direto no benefício), o que acaba reduzindo ainda mais o valor que sobra da aposentadoria.

Para o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, a maior inadimplências dos idosos é reflexo da permanência prolongada dos idosos no mercado. “Eles estão permanecendo por mais tempo no mercado de trabalho, a renda mais curta nessa faixa etária e o aumento expressivo de gastos com saúde podem desajustar o orçamento”, analisa.

O país conta com 7,5 milhões de idosos na fora de trabalho, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). No segundo trimestre, 63% dos idosos se declararam como chefes de família.