Confusão mental e mudança de comportamento podem ser sinal de infecção
A mudança na apresentação dos sintomas confunde os familiares, que tentam buscar outras explicações para esses sinais. Isso atrasa o diagnóstico e, quem sofre, é o próprio paciente idoso. De acordo com José Mário Tupiná Machado, médico geriatra do hospital Marcelino Champagnat e professor de geriatria da PUCPR, as mudanças no envelhecimento são lentas e gradativas – e ninguém apresenta demência de um dia para outro.
“É importante que a família tenha consciência que as mudanças de aparência, de comportamento, de rotina sempre precisam ter uma explicação. Sempre precisam buscar uma explicação para elas. Não pode ficar achando que é da idade. Qualquer mudança deve ser checada porque pode ser, entre outras coisas, uma infecção“, reforça Machado.
Fique atento aos seguintes sinais, de acordo com orientações dos médicos geriatras José Mário Machado e Rodolfo Pedrão:
Mudança de comportamento. Se, de repente, o idoso que era agitado, participativo ou brincalhão se torna apático, prostrado, se isola ou se irrita com facilidade, fique de olho. O contrário também é verdadeiro: de alguém menos para mais agitado.Confusão mental e alucinações. Nem sempre uma falha de memória ou confusão é sinal de demência, mas pode indicar uma infecção não diagnosticada.Hipotermia. Em infecções mais graves, ao invés de aquecer, o corpo tende a se resfriar, podendo levar a um quadro de hipotermia.Sonolência e redução dos níveis de consciência. Especialmente nos pacientes com dificuldades ou déficit cognitivos, as infecções podem levar a uma maior sonolência e até reduzir a consciência.Doenças importantesSe o idoso tiver, concomitantemente à infecção, doenças que comprometem a imunidade, ou doenças debilitantes, como demências em estágio avançado, diabetes, doenças cardíacas e pulmonares, o risco de ter sintomas mais atípicos é maior.
“Infecções em geral podem causar esses sinais atípicos, mas as infecções mais prevalentes entre os idosos são pneumonia, infecção urinária e de pele“, explica José Mário Machado, médico geriatra do hospital Marcelino Champagnat.
Como evitar?
A melhor forma de evitar as infecções, segundo o médico geriatra Rodolfo Pedrão, se dá pelo cuidado com a saúde em geral do idoso, o que perpassa significa prezar por uma alimentação saudável, atividades físicas e vacinação.
“É importante lembrar das vacinas porque estamos na época da vacinação contra gripe. Alguns idosos recebem a indicação de tomar também, especialmente quem está tratando de doenças crônicas, as vacinas contra a pneumonia e o herpes zóster. Mas a vacina contra a gripe é fundamental, se não tiver nenhuma contraindicação”, diz o especialista que também faz parte da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.
Da Gazeta do Povo