Cresce o número de serviços oferecidos para idosos
Pelas estimativas do IBGE, o país tem, hoje, 19,2 milhões de pessoas acima de 65 anos. O Ministério do Trabalho registra 31.245 cuidadores com vínculo empregatício no país. Mas o crescimento da população idosa vem se acentuando há mais de uma década. O economista Carlos Alberto Ramos, professor da Universidade de Brasília (UnB), destaca que não é apenas o envelhecimento da população que vai mudar a realidade do mercado de trabalho. “A população de idosos está aumentando, mas a taxa de natalidade está diminuindo. O número de alunos matriculados no ensino básico está caindo como um todo. Portanto, a quantidade de alunos tende a diminuir no ensino fundamental e haverá menos necessidade de professores nesse segmento. No entanto, haverá maior demanda de professores de ensino superior. Essa necessidade de migração precisará ser antecipada”, avisa.O número de crianças vem caindo ano a ano. Em 2060, conforme as projeções do IBGE, a população de jovens de até 14 anos será de 33,6 milhões, uma queda de 24,5% em relação aos 44,5 milhões atuais.Para Ana Amélia Camarano, coordenadora de Estudos e Pesquisas de Igualdade de Gênero, Raça e Gerações do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a virada poderá ser uma oportunidade para que o gasto público com educação mais qualificada aumente. “Isso contribuirá para que a produtividade aumente com a melhoria da capacitação das pessoas”, afirma. Márcio Minamiguchi, demógrafo do IBGE, destaca que, com o aumento da população idosa, em termos de gasto público, a demanda financeira será maior do que para os jovens. “Para qualquer país com a população mais escolarizada, envelhecer é sempre um desafio menos complicado”, destaca.Do Correio Braziliense