Estudo mostra quadro preocupante sobre idosos brasileiros
Estudo da Saúde, Bem-estar e Envelhecimento (Sabe) mostra que 16,2% das pessoas entre 60 e 64 anos não conseguem desempenhar uma ou mais atividades básicas, como alimentar-se e tomar banho; enquanto 35,5% não conseguem realizar atividades instrumentais, que são um pouco mais complexas – vão da preparação de alimentos à utilização de transporte público ou privado, de cuidar de animais de estimação a gerenciar seus recursos financeiros.
No caso de doenças crônicas, o quadro também é sombrio. Em 2000, 53,3% relatavam ter hipertensão; em 2017, foram 54,8%. Os percentuais para diabetes subiram muito: de 17,9% para 24,6%, no mesmo período. “No ano de 2000, 31,7% apresentavam doença articular e, em 2017, eram 32,9%. As pessoas demoram a procurar assistência quando apresentam problemas nas articulações, acreditando que se trata de uma condição normal do envelhecimento. Não se dão conta de que vão restringindo suas atividades, deixam de se locomover, a vida passa a girar em torno da casa”, explicou a professora, lembrando que esses são indivíduos entre 60 e 64 anos, ou seja, que ainda vão viver bastante, mas em condições precárias: “a mídia retrata idosos ativos que estão nas ruas, nas academias, na praia. Não estou falando desses velhos, e sim daqueles que já nem saem mais de casa”, afirma Yeda Aparecida de Oliveira Duarte, coordenadora do Sabe e professora-doutora do Departamento de Enfermagem da USP.
Chama a atenção o fato de, mesmo estando abaixo dos 65 anos, 21% desses idosos se encontram numa situação de fragilidade, uma condição que engloba baixa atividade física, perda de peso não intencional, redução da força e da velocidade da caminhada, além de fadiga. Outros 40,4% estão em situação pré-frágil e 38,6% podem ser considerados não frágeis. Para a pesquisadora, a única saída é a questão se tornar uma prioridade: “precisamos de uma agenda nacional de saúde pública voltada para o envelhecimento”.
Com informações do G1