Idosos invadem redes sociais
Eles comentam tudo no Facebook, enchem os parentes de likes no Instagram e garantem muita agitação nos grupos de WhatsApp. Sem dúvidas, os idosos invadiram de vez as redes sociais. A ausência de botões no celular não intimidam, e a adaptação veio de forma natural. Hoje, os aparelhos são usados não só para socializar, mas também para facilitar o dia a dia deles.Para a psicóloga Valmari Aranha, secretária-adjunta da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, a inclusão digital dos idosos é necessária. Valmari explica que o uso das redes sociais e de aplicativos os possibilitam lidar com uma linguagem diferente, em outro ritmo. Além disso, há as inúmeras opções e facilidades que a internet proporciona. “O idoso está usando o tempo livre de maneira mais ativa. Por um aspecto, diminui também a solidão, pois pode fazer contato com outras pessoas e resgatar aspecto da história de vida dele”, diz.A professora da Universidade de Brasília (UnB) e coordenadora do Programa Uniser (Universidade do Envelhecer), Margô Gomes Karnikowski, ressalta que a solidão é um grande problema para muitos idosos.“Muitas pessoas se preocupam com o aspecto biológico, mas o envelhecimento social é muito significativo e cruel. Quando as pessoas não conseguem conviver em sociedade, elas ficam marginalizadas, sozinhas nos seus lares, às vezes, até negligenciadas. Uma estratégia importante de integração passa, sim, pelas redes sociais”, afirma.Margô explica que, além de ajudar na socialização, as redes proporcionam a interação de diferentes gerações em um mesmo ambiente. “As redes não se importam com a faixa etária. As pessoas conseguem se comunicar, muitas vezes, melhor pelas redes sociais do que presencialmente — embora os idosos precisem manter a afetividade, assim como qualquer outra pessoa, e o convívio presencial é indispensável nessa faixa etária”, analisa.As especialistas destacam que outro benefício do uso das redes sociais pelos idosos é a possibilidade de conversar com pessoas que estão distantes, conhecer gente nova e até mesmo viajar sem sair do lugar, principalmente para aquele que tem dificuldade de mobilidade. “Eles podem visitar um museu, ver algo em tempo real, participar de uma festa via skype”, exemplifica a psicóloga Valmari Aranha.Do Correio Braziliense