
Mercado imobiliário volta os olhos para os idosos
Na última década, o número de brasileiros acima dos 60 anos subiu cerca de 50%, o que representa um aumento de mais de 8,5 milhões de pessoas nessa faixa etária, segundo dados do IBGE. Diante disso, o mercado imobiliário começa a voltar o seu olhar para esse público de consumidores em potencial.De acordo com estudos da USP, construir moradias que estejam preparadas para receber e dar o conforto necessário aos idosos reduz cerca de 40% dos acidentes domésticos. Além disso, dados do Ministério da Saúde mostra que 70% dos acidentes envolvendo pessoas acima de 60 anos ocorrem dentro de suas residências. “Por dificuldades naturais da idade, eles merecem uma atenção maior quanto à locomoção”, destaca Leonardo Mota, vice-presidente das administradoras de condomínios da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG). Uma dica é procurar apartamentos que sejam menores. Eles trazem vantagens como facilidade para fazer a limpeza e de locomoção entre os ambientes. O imóvel deve ter travas de segurança nas portas e janelas. Além de evitar possíveis quedas, essa medida aumenta a segurança para os moradores. Também é recomendável que o apartamento tenha pisos antiderrapantes, principalmente nas áreas que costumam molhar com facilidade. Essa solução simples evita quedas e acidentes graves entre os idosos. As portas também devem ser mais largas para permitir o trânsito, caso o morador utilize cadeira de rodas ou muletas. O uso de barras em pontos estratégicos, como corredores e banheiros e perto da cama também se faz necessário. Se não tiver, considere o espaço para fazer a instalação, pois elas servem de apoio na hora de se movimentar. “O nível de acidentes dentro de casa é muito grande, por isso é importante facilitar a locomoção. E ter sempre um ponto de apoio, em caso de queda”, avalia Leonardo Mota. Outra situação a ser considerada é a existência de câmeras no edifício, nas áreas comuns e dentro do próprio apartamento. “A facilidade de comunicação em meios mais interativos, como as câmeras, ajuda caso aconteça algo”, pontua. Para Leonardo Mota é importante avaliar os obstáculos que podem prejudicar o trânsito dentro do condomínio. As escadas, por exemplo, podem se tornar um problema. “É necessário o uso das rampas de acesso e o elevador deve estar sempre com a manutenção em dia. Faixas de iluminação também devem ser instaladas para melhorar o deslocamento e evitar acidentes”, destaca. Leonardo Mota ressalta que, além da acessibilidade, o condomínio deve mudar questões comportamentais. “É preciso repensar a sensibilidade dentro dos prédios. Os idosos merecem uma atenção melhor. Por exemplo, agregar valor ao porteiro, melhorando essa interação com o morador, sempre ajudando na locomoção”, avalia. Do Jornal O Estado de Minas